Um soneto para Verônica
“Meu velho amigo, essa história que teu talento e sensibilidade trouxeram a nós, teus leitores, tocou-me profunda e duramente. Sob essa emoção, nasceu este soneto, que espero não desmereça o sofrimento dessa mulher tão vergastada pelo destino. Minha homenagem à tua crônica, tão comovedoramente humana”.
OS OLHOS DE VERÔNICA
Viriato Gaspar
(Dedicado a Antonio Carlos Lima)
A dor não seca. Vai murchando os dias.
Derrama um pus de chumbo nos instantes.
E levantar, ao sol que se anuncia,
é ter mais rasgo e pedras por diante.
Há que arrancar, dos ossos dos guardados,
O tutano sem luz do que foi claro.
Puxar, lá da da cacimba do passado,
o raro que se foi, sóis que murcharam.
Quem para pra escutar o sol nos becos?
Ninguém enxerga o horror nos olhos secos,
que a dor, quando é demais, cresta o que sua.
Quem sabe o horror que jaz por trás da face?
Talvez guardes a pedra que atirasses,
quando um louco cruzar a tua rua.
Dois ótimos escritores.
ResponderExcluirA sensibilidade do cronista e do poeta transmitindo a maior dor de uma mãe.
Parabéns a ambos!
Mas vale ressaltar a colocação de Viriato Gaspar:.."não desmereça o sofrimento dessa mulher tão vergastada....", este sim a razão é a dor.
Obrigado....
Obrigado, Norton, pela leitura carinhosa e atenta. Um abraço.
ExcluirDuvido você dizer Rara lara lora liza
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