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Mostrando postagens de setembro, 2021

O poeta Bolaño chegou!

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Quem leu os romances do chileno Roberto Bolaño (1953-2003), principalmente  Os detetives selvagens , foi tocado pela poesia sutil e sedutora de que está impregnada toda a sua prosa. Considerado o maior romancista latino-americano de sua geração, Bolaño escreveu poemas durante toda a vida, mas publicou apenas dois livros do gênero, ambos em 2000, sem a repercussão obtida pelos romances.              Bolaño viveu em Santiago do Chile até os quinze anos, quando mudou-se para o México e iniciou sua produção literária. Retornou ao Chile em 1973, para apoiar o governo de Salvador Allende, que seria logo em seguida deposto por um golpe militar. Foi preso, deixou novamente o país e estabeleceu-se em Barcelona, onde produziu abundantemente. Depois de sua morte, em 2003, aos 50 anos, foram publicados o romance  2666 , considerado sua obra máxima, e o livro de poemas  A Universidade Desconhecida.  É esse   A Universidade Desconhecida   que acaba de chegar ao Brasil, em edição bilingue da Companhi

Humboldt, o inventor da natureza

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U m dia, Frederico II, rei da Prússia, perguntou a Alexander, um garoto impetuoso e inteligente que gostava de colecionar plantas, filho de um nobre de sua Corte, se ele pretendia conquistar o mundo, como fizera seu homônimo Alexandre, o Grande. O menino, conhecido também pela falta de modéstia, respondeu: "Sim, majestade, mas pelas ideias". Muitos anos depois, Alexander von Humboldt (1769-1859) haveria de lembrar aquele diálogo com o rei, pois a sua pretensão, simples arroubo infantil contado em família, se cumprira. Para seus contemporâneos, ele foi, depois de Napoleão, o homem mais famoso e admirado do mundo. Hoje, fora do ambiente acadêmico e dos movimentos ecológicos, Humboldt está quase esquecido, mesmo após a celebração, em vários países, em 2019, do aniversário de 250 anos de seu nascimento. Em 1799, aos 30 anos, esse filho da aristocracia prussiana (a Prússia era um extenso território que incluía a atual Alemanha), acompanhado do botânico francês Aimé Bonplant, cinco