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Mostrando postagens de junho, 2021

Um soneto para Verônica

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Viriato Gaspar, o excelente poeta de  Manhã Portátil  (1984),   A Lâmina do Grito  (1988)  e  Sáfara Safra  (1996), ficou comovido com a crônica “Os olhos tristes de Verônica", que publiquei há duas semanas neste  blog. Na esplêndida manhã deste domingo, ele me presenteou com a mensagem abaixo, que tomo a liberdade de reproduzir, com o soneto que a acompanha:   “Meu velho amigo, essa história que teu talento e sensibilidade trouxeram a nós, teus leitores, tocou-me profunda e duramente. Sob essa emoção, nasceu este soneto, que espero não desmereça o sofrimento dessa mulher tão vergastada pelo destino. Minha homenagem à tua crônica, tão comovedoramente humana”.      OS OLHOS DE VERÔNICA Viriato Gaspar ( Dedicado a Antonio Carlos Lima )     A dor não seca. Vai murchando os dias. Derrama um pus de chumbo nos instantes. E levantar, ao sol que se anuncia, é ter mais rasgo e pedras por diante.   Há que arrancar, dos ossos dos guardados, O tutano sem luz do que foi claro. Puxar, lá da da

O Brasil e as borboletas amarelas

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             O Brasil  esteve, quase sempre, de costas para a América Latina. Somem-se à barreira da língua os distintos processos históricos, sociais e culturais e a ausência de uma política efetiva de integração regional - e estará explicada a distância que separa as Américas hispânica e portuguesa.            No início dos anos 60 do século passado, houve experiência exitosa de diplomacia cultural, com a implantação, em todos os países do subcontinente, de centros e institutos de estudos, à semelhança da Aliança Francesa e do Instituto Goethe, destinados à difusão da língua portuguesa e à promoção da cultura brasileira. Marco mais ambicioso foi o acordo firmado em 1986 pelos presidentes Sarney, Alfonsín (Argentina) e Sanguinetti (Uruguai) visando à integração econômica, cultural, energética e turística das nações sul-americanas. Iniciativa que se frustrou, em parte, pelo insucesso do Mercosul, o mercado comum que não passou de um acordo aduaneiro.              A literatura e as arte