Ler é o remédio
Em tempos de pandemia e confinamento, nada mais
recomendável que prevenção e leitura.
Isso sempre foi verdade.
Milhares de trabalhadores norte-americanos que se
estabeleceram em Porto Velho (RO) no início do século para a construção da
lendária estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que ligaria o Atlântico ao Pacífico
através da Amazônia, foram dizimados pela malária. Na época, o único remédio
existente para combater a febre maligna era o quinino.
Para se manterem a par do progresso da ferrovia, receber
e dar instruções de saúde ou simplesmente para garantir entretenimento,
dirigentes e trabalhadores da obra editaram o jornal “The Porto Velho Times”,
depois sucedido pelo “The Porto Velho Marconigram”, ambos escritos em inglês.
O "Marconigram" trazia no alto de sua capa,
como slogan, escrito em espanhol, a frase: “A vida sem literatura e quinino é a
morte”. (foto)
O que fazia todo sentido.
Ontem como hoje, isolar-se e ler são o melhor remédio
para enfrentar a quarentena.
* *
P.S: Se quiser saber mais sobre a epopeia que foi a
construção, nunca concluída, dessa ferrovia, a vida dos trabalhadores
norte-americanos e a história desses dois jornais editados em inglês em plena
Amazônia do início do século XX, leia o livro “Trilhos na Selva – O dia a dia dos
trabalhadores da Ferrovia Madeira-Mamoré” (BEI Comunicação, São Paulo, 256
pág.). O livro, ricamente ilustrado com fotografias e reproduções dos jornais,
foi escrito pelo casal norte-americano Rose Neelemam e Gary Nelleman, que tive
o prazer de conhecer em 2014, em Salt Lake City, capital do Estado de Utah.
Gary Galeman é missionário mórmon, viveu muitos anos no Brasil. É pai de David
Galeman, fundador e diretor da empresa aérea Azul.
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