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LEITURA: Jorge Luis Borges

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A SUPERSTICIOSA ÉTICA DO LEITOR Jorge Luís Borges A condição indigente de nossas letras, sua incapacidade de atrair produziram uma superstição do estilo, uma distraída leitura de atenções parciais. Os que sofrem dessa superstição entendem por estilo não a eficácia ou ineficácia de uma página, mas as habilidades aparentes do escritor: suas comparações, sua acústica, os episódios de sua pontuação e de sua sintaxe. São indiferentes à própria convicção ou à própria emoção: buscam tecniquerías (a palavra é de Miguel de Unamuno) que lhes informarão se o escrito tem ou não direito de lhes agradar. Ouviram dizer que a adjetivação não deve ser trivial, e vão considerar que uma página está mal escrita   se não houver surpresas na junção de   adjetivos com substantivos, embora sua finalidade geral esteja cumprida. Ouviram dizer que a concisão é uma virtude, e   consideram conciso quem se demora em dez frases breves e não quem domina uma longa. ( Exemplos normativos dessa charla