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Mostrando postagens de novembro, 2022

Guimarães Rosa nas alturas

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  Há 55 anos, no dia 19 de novembro de 1967, um infarto fulminante tirou a vida de João Guimarães Rosa, já então reconhecido como um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos e um dos mais importantes da literatura em língua portuguesa. Aos 59 anos, ele estava sozinho em seu apartamento, no Rio de Janeiro. A notícia de sua morte causou comoção em todo o Brasil, sobretudo nos meios acadêmicos e intelectuais, que, três dias antes, haviam aplaudido o seu ingresso na Academia Brasileira de Letras. Desde então, a fama de Guimarães Rosa só cresceu. E não apenas como escritor.            Hoje, quem for ao município de Santa Isabel do Rio Negro, no norte do estado do Amazonas, e se aproximar da fronteira do Brasil com a Venezuela, poderá contemplar o ponto culminante do território brasileiro, o Pico da Neblina, que se ergue a 2.993 metros acima do nível do mar.   Se, de determinado ângulo, observar o conjunto de corcovas alinhadas ao lado da montanha, verá, igualmente soberbo e

Os amigos maranhenses de Guimarães Rosa

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  Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. ​​ (G. Rosa . Grande sertão: veredas ).   Há menos de dois anos,   no dia   18   de   março   de 2021,   a   Levy Leiloeiro, do Rio de Janeiro, vendeu, por R$ 1.810,   a arrematador   não identificado,   uma carta do escritor e diplomata Guimarães Rosa (1908 – 1967)   endereçada   ao   jornalista, escritor e político maranhense José Maria dos Reis Perdigão (1900 – 1986), a quem trata como amigo.   ( 1 ) Na carta,   datilografada   em papel timbrado do Ministério de Relações Exteriores,   com data de 3 de junho de   1946,   acompanhada do respectivo envelope dos Correios,   o autor de   Grande sertão: veredas   desculpa-se com Perdigão por não poder   lhe   enviar, como gostaria, um exemplar de   Sagarana ,   seu primeiro   e lendário livro   de contos, que acabara de ser   publicado,   porque