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Mostrando postagens de março, 2020

O amor em tempos de quarentena

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Eu não recomendaria aos amigos e amigas em quarentena a leitura de nenhum desses livros que falam sobre pestes, desastres e tragédias, como as do presente. Faria uma exceção para O amor nos tempos do cólera , do colombiano Gabriel García Márquez. A epidemia do colera morbus que se abateu sobre Cartagena de las Indias no final do século XIX, inspiração temporal do romance, é apenas o pano de fundo de uma das mais belas narrativas de amor da literatura ocidental. O livro conta a história do amor do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza, cujo pai impede o romance. Ela se casa com outro, e ele a espera durante mais de 50 anos. A cena mais emblemática desse amor é quando os dois, ela já viúva, fazem uma viagem de navio pelo rio Madalena, e o sonho enfim se realiza. No navio estão, além de Florentino e Fermina, apenas o capitão e sua namorada. Ao chegar ao destino final, eles são obrigados a retornar com mais passageiros. Para evitar companhias inde

Ler é o remédio

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Em tempos de pandemia e confinamento, nada mais recomendável que prevenção e leitura. Isso sempre foi verdade. Milhares de trabalhadores norte-americanos que se estabeleceram em Porto Velho (RO) no início do século para a construção da lendária estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que ligaria o Atlântico ao Pacífico através da Amazônia, foram dizimados pela malária. Na época, o único remédio existente para combater a febre maligna era o quinino. Para se manterem a par do progresso da ferrovia, receber e dar instruções de saúde ou simplesmente para garantir entretenimento, dirigentes e trabalhadores da obra editaram o jornal “The Porto Velho Times”, depois sucedido pelo “The Porto Velho Marconigram”, ambos escritos em inglês. O "Marconigram" trazia no alto de sua capa, como slogan, escrito em espanhol, a frase: “A vida sem literatura e quinino é a morte”. (foto) O que fazia todo sentido. Ontem como hoje, isolar-se e ler são o melhor remédio para enfrenta

Perón no Maranhão

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Há 65 anos, deposto da presidência da Argentina por um golpe militar, Juan Domingo Perón esteve em São Luís a caminho do exílio Perón com jornalistas maranhenses, entre os quais Miécio Jorge e José Nogueira Arruda                    Ao meio-dia de 3 de novembro de 1955, uma quinta-feira de sol, o avião “Presidente Stroessner”, um Douglas C-47 da   Força Aérea do Paraguai, aterrissou no aeroporto do Tirirical, em São Luís, e dele desembarcou, para uma permanência de apenas uma hora em solo, o ex-presidente da Argentina, Juan Domingo Perón. Deposto por um golpe militar menos de dois meses antes, Perón havia fugido para o Paraguai, onde recebera asilo temporário. No dia anterior à sua chegada ao Maranhão, embarcara em Assunção na aeronave militar cedida pelo governo paraguaio, cruzando o espaço aéreo brasileiro com destino a Manágua, capital da Nicarágua, de onde seguiria para a Espanha para um exílio que duraria 18 anos. O C-47, do ParaguaI, que transportou Per