Caminhando

Brasília, nesta época do ano, é um convite à transgressão das normas de isolamento. Como permanecer em casa com essas manhãs de sol que, repentinamente, substituem os céus nublados de agora há pouco? Como recusar, com indiferença, o ofertório desses ares úmidos, quase neblina, tão raros em outras épocas, e essa vegetação exuberante, e esse céu azul sem nuvens? Com suas avenidas largas, de pouco movimento, ciclovias, pistas para caminhadas, parques e jardins verdejantes e floridos por toda parte, meia dúzia de rios, riachos e ribeirões em seu entorno e, no centro de tudo, resplandescente, o lago Paranoá, a cidade nos tenta, todos os dias, a sair de casa, com a garantia de que não participaremos de aglomerações nem contribuiremos para a disseminação do vírus. Basta pôr a máscara no rosto e sair por...