PAIXÃO PELAS FREIRAS

Isoladas nos claustros dos conventos, religiosas sempre despertaram fantasias entre os poetas. No livro “Que seja em segredo”, publicado em 1990 pela L&PM, a escritora Ana Miranda repassa inúmeros exemplos de “amores freiráticos”, a devassidão que se verificava nas casas religiosas nos século XVII e XVIII. A Gregório de Matos são atribuídos dezenas de poemas obscenos dedicados a freiras. Dentre os simbolistas que exploraram o tema, destaca-se o poeta José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho (1879-1915). Em 1897, aos 18 anos, ainda vivendo em Barra do Corda (MA), onde nasceu, Maranhão Sobrinho publicou o poema abaixo, dedicado a uma freira do convento de sua cidade: VÊS? ... Tomaram uma luz divina, estranha Luz d'aurora, nos flavos da montanha, Da branda aragem aos dúlcidos cortejos. Vês? Teu roupão mimoso de bretanha Estremece da brisa aos sãos bafejos - Pálio ...