Mundo grande e estranho

“ Um dia frio/ Um bom lugar pra ler um livro ”. (Djavan) Encerro o ano na companhia do índio Rosendo Maqui. Sábio e justo, “um pouco vegetal, um pouco homem, um pouco pedra”, esse índio é o líder da comunidade de Rumi, nos Andes do norte peruano. Ao seu lado, enquanto ele desfia o novelo da memória, contemplo a imensidão da cordilheira e, aos poucos, me familiarizo com o cotidiano desses índios que parecem felizes, com seus ponchos e sombreros coloridos, seus mitos e suas lendas, nas terras férteis do povoado onde cultivam milho, trigo, batata e a coca que os ajuda a suportar a pressão daquelas altitudes. Mas a aparente felicidade dos indígenas de Rumi vai acabar quando ricos fazendeiros da região se apossarem fraudulentamente das te...