Phelipe, o papa e as cinzas
Na Estação Central de Nápoles, os três conversam em torno de uma mala aberta estendida no chão. A festa tinha acabado na véspera, com uma apresentação de Luciano Pavarotti no Teatro San Carlo. O grosso da comitiva viajara para Roma, levando o diploma da Unesco que conferia a São Luís o título de Patrimônio da Humanidade, e eles, como assessores do governo, permanecem em Nápoles cuidando de providências burocráticas, para embarcar de trem no dia seguinte. E ali estão os três na estação, em volta da mala, atordoados com o barulho dos trens chegando e partindo das plataformas. Phelipe revira seus pertences pela última vez. Fecha a mala, põe as mãos na cabeça, encolhe os ombros. “Roubaram mesmo todo o meu dinheiro”. Em vez de guardar no cofre do hotel os 600 dólares das diárias que lhe sobravam, como faz todo viajante precavido, ele os escondera entre as roupas, na mala. Ronald olha o relógio e alerta que faltam apenas cinco minutos para a partida do trem. Puxando as ba...